segunda-feira, 9 de março de 2015

Políticos da Bancada Evangélica estão na lista da Operação Lava-Jato entregue ao STF para investigação

http://midiareligiaopolitica.blogspot.com.br/2015/03/politicos-da-bancada-evangelica-estao.html


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki aceitou o pedido de abertura de investigação contra parlamentares feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Zavascki também acolheu a solicitação de quebra de sigilo das apurações da Operação Lava Jato no Supremo e liberou a divulgação da lista dos políticos com foro privilegiado que serão investigados na mais alta corte do país. A lista tem 47 nomes de cinco partidos: PMDB, PP, PT, PTB e PSDB. Entre os investigados, despontam algumas das figuras mais importantes do Congresso Nacional, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Além do integrante da Bancada Evangélica Eduardo Cunha (membro da Assembleia de Deus Madureira), constam na lista do procurador-geral da República outros dois evangélicos o empresário batista Aguinaldo Ribeiro (PP/PB) e o empresário da Igreja Mundial do Poder de Deus Missionário José Olímpio (PP/SP).

Aguinaldo Ribeiro está no segundo mandato: elegeu-se deputado federal em 2010, tendo sido reeleito em 2014, sempre pelo Partido Progressista (PP). Vem de uma tradicional família de políticos na Paraíba, onde foi eleito deputado por dois mandatos. Em Brasília, herdou a vaga do pai, o ex-deputado Enivaldo Ribeiro. A mãe, Virgínia Maria, é prefeita de Pilar (PB), e a irmã, Daniella, deputada estadual. Todos são do PP. Ele pertence a uma ala do partido apoiada pelo ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf. O patriarca é o ex-deputado e usineiro Aguinaldo Veloso Borges. Avô do novo ministro, é ligado, em livros oficiais, a assassinatos de dois líderes camponeses. O pai do deputado foi suspeito de participação no esquema dos sanguessugas, que cobrava comissão de emendas na área da saúde. Assumiu, em 2012, o comando do Ministério das Cidades em substituição a Mário Negromonte, do mesmo partido. Deixou a pasta em 17 de março de 2014 em uma reforma ministerial promovida pela presidente. Membro da Igreja Batista, foi autor do Projeto de Lei 3044/2011 (arquivado) que propunha liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para financiar a construção de templos e igreja. Foi investigado em dois inquéritos (3382 e 3146) por crimes contra a Lei de Licitações. “Os inquéritos apuram a dispensa de licitação na Secretaria de Agricultura da Paraíba, para adoção de medidas urgentes para o controle de um surto epidêmico de febre aftosa, à época em que o ministro era o secretário. O TCU e o TRF da 5ª Região reconheceram a legalidade da conduta do então secretário”, segundo sua assessoria.

O deputado Missionário José Olímpio, no segundo mandato, é o primeiro representante no Congresso da Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada e liderada pelo apóstolo Valdemiro Santiago, que rivaliza com a Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo. Antes de chegar à Casa, em 2011, Olímpio foi vereador em São Paulo com apoio da Universal. Ele é pai do vereador paulistano José Olímpio Júnior (PSD). No ano passado, o deputado apresentou um projeto de lei contra a “nova ordem satânica mundial” (saiba mais aqui). Essa foi a justificativa utilizada por ele ao propor a proibição da implantação de chips em seres humanos, equiparados por ele à “marca da besta”. “Tendo em conta que o fim dos tempos se aproxima, é preciso que o Parlamento brasileiro se antecipe aos futuros acontecimentos e resguarde, desde logo, a liberdade constitucional de locomoção dos cidadãos”, escreveu o religioso na argumentação do projeto. Arquivada no final da legislatura por não ter sido votada por nenhuma comissão, a proposta foi desarquivada ontem, em 6 de março, a pedido do próprio deputado.

Há também um padre católico na lista dos políticos não-reeleitos, que será investigado no Supremo, o ex-deputado José Linhares (PP-CE), que exerceu cinco mandatos consecutivos na Câmara. Aos 84 anos, o religioso disputou sem sucesso a eleição para o Senado ano passado na condição de suplente de Mauro Benevides Filho (Pros), segundo colocado. O nome de Linhares consta da principal investigação da Lava Jato no STF (a PET 5260), que reúne 35 políticos suspeitos de praticarem os crimes de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro.

Clique aqui para ver a lista completa dos políticos citados na lista e o que está sendo investigado sobre cada um.

Importa lembrar que estes nomes foram apresentados por delatores ainda não há acusação formal contra eles, o que será feito pelo STF, caso a investigação apresente provas.

FontesCongresso em Foco (1)Congresso em Foco (2)Congresso em Foco (3)O Globo

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