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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Você fez faculdade, mas o mercado exige experiência – como equilibrar a equação?

A situação é uma verdadeira faca de 2 gumes: por um lado, você se esforçou nos estudos e concluiu os cursosadequados; por outro, o mercado exige experiência e não enxerga o seu potencial.
Muitos profissionais que terminam a faculdade sem ter feito um estágio encontram certa dificuldade na hora de procurar um emprego. Além dos cursos, o mercado exige experiência, ao menos através de estágios. Por isso eles são tão importantes no processo de formação do profissional, e muitos cursos de graduação colocam o estágio como obrigatório, pois mostram ao aluno a realidade de uma empresa, como as coisas funcionam na prática, e muitas vezes como as coisas que ele viu na teoria não funcionam na prática – dentro da empresa há diferentes interesses, outras prioridades e variáveis sem fim para “bagunçar” a teoria pura e simples ensinada nos bancos escolares.
Vamos começar vendo a situação da empresa: ela quer garantias de que o futuro contratado sabe fazer na prática aquilo que ele deveria ter aprendido. A vida de estudante oferece algumas flexibilidades que o mundo profissional às vezes não comporta: horários desregrados, rotina, hierarquia, normas, procedimentos – alguém que nunca teve chefe nem se submeteu a horários pode ter dificuldade (compreensível) em adaptar-se a essa nova realidade.
Para o recém-formado, não basta conformar-se com a situação, pois isso não lhe dará a experiência necessária. Os programas de trainee são uma ótima opção, pois além de pagarem bem, darem ótima experiência e pesarem muito no currículo, não exigem experiência dos candidatos.
Outra possibilidade é entrar numa empresa através de um estágio voluntário – a empresa pode conferir o seu potencial e você ganha experiência. É uma relação ganha-ganha que deve ser considerada por aqueles que têm a possibilidade de trabalhar algum tempo sem receber um salário.

Não desanime e busque destaque em outras áreas! Mais cursos, mais línguas, mais habilidades de informática. Depois de nossa matéria com o modelo e exemplo de currículo, recebi algumas perguntas que valem a pena serem compartilhadas aqui, pois dão mais peso ao CV e aumentam suas chances:
– você pode mostrar que teve outras experiências durante a faculdade, sem precisar ter feito estágio: aulas de monitoria mostram sua capacidade de interagir e ensinar; participação em empresas júnior são praticamente um estágio autorregulado; outras atividades que dependam de liderança como líder de turma ou chefe de centro acadêmico também são vistos com bons olhos;

Por fim, saiba que existem vantagens em contratar um profissional sem experiência, se ele demonstra ter grande potencial: pegar um profissional “virgem” e moldá-lo conforme as necessidades da empresa é um tesouro, pois ele não tem vícios, não terá dificuldade em mudar de cultura, regras e sistemas.– se você recebeu algum prêmio ou reconhecimento, lembre-se de incluí-lo no seu currículo: algumas faculdades oferecem semestralmente (e certamente na formatura) um reconhecimento aos melhores alunos; prêmios por apresentações em congressos/eventos ou por artigos selecionados também demonstram seu potencial em áreas diferentes; tudo isso pode (e deve) servir para dar destaque para você.

Escrito Por :  Leandro C. Coelho, Ph.D., é Professor de Logística e Gestão da Cadeia de Suprimentos na Université Laval, Québec, Canadá. Conheça mais no menu Sobre (acima).

em : terça-feira, 9 nov, 2010

Promoção: você está no lugar certo?


Não há nada que alguém determinado profissionalmente deseje tanto do que o reconhecimento por seu trabalho. Como também, não há nada que prejudique mais a ascensão profissional de alguém do que a avidez por status ou a falta de espaço para o crescimento dentro da empresa. Tudo deve estar em equilíbrio e acontecer no momento certo, para ambas as partes. É notória que a busca pela realização profissional vem embaçando a visão desses profissionais, ansiosos ou “injustiçados”, que não se atentam que podem estar jogando futebol com as regras do beisebol, por exemplo. E você, acha que está no lugar certo para batalhar uma promoção?
Hoje a premiação por mérito, a mais legítima e infalível forma de valorizar um bom profissional, ao mesmo tempo em que a empresa se beneficia com a ação, vem sendo sufocada pela alta rotatividade (turnover) que impede um ganho de produtividade através do domínio técnico potencializado pela prática, pela falta de desenvolvimento e falta de valorização da prata da casa, ou ainda pela influência de fatores, nada profissionais, como a amizade interesseira que forma as chamadas “panelinhas”. Isso tem um efeito devastador, pois provoca os despreparados a pensar que podem e esfria o entusiasmo daqueles que buscam crescer acompanhando a empresa.
É importante também sabermos que hoje em dia a promoção está mais ligada às mudanças de atribuições e responsabilidades do que às alterações de salários. O que é bem controverso já que as responsabilidades dentro do processo deveriam estar relacionadas às remunerações, mas o mercado atual não funciona assim e acabou pegando o gancho dos profissionais que valorizam o status sem associação ao salário compatível. O resultado é que tem muita empresa considerando que ocupar um lugar de destaque é a principal moeda e isso nunca funcionou, pois para o colaborador isso é fugaz, principalmente quando vê as novas responsabilidades a ele imputadas sem a percepção de melhorias em suaqualidade de vida.
Há algum tempo isso era bem diferente, embora as três formas para se obter promoções fossem as mesmas de hoje, elas mudaram de ordem e dançam num variado grau de importância de empresa para empresa: amizades, competição e planejamento de processos. O erro que mais se vê é a falta de observância desses itens e o aceite do aprisionamento na “sala da lamúria” porque só se enxergam os princípios do tempo de empresa como se todas fossem corporações militares.
Os fatores mais usados para a promoção diz muito sobre a alma da empresa e da personalidade do colaborador e ambos se completam numa participação cujos percentuais se desenham, mais ou menos, assim:

– Amizade: Empresa=70% e Colaborador=30%. Empresas cujo fator predominante para promoções é a amizade, estão mais vulneráveis às questões que envolvem competência, produtividade e disciplina; enquanto o colaborador goza de comodidade e de um engajamento mais preocupado com a relação pessoal do que com a oferta de soluções consistentes;
– Competição: Empresa=50% e Colaborador=50%. Sem efeitos diferentes da primeira, embora o ambiente seja o contrário, pois enquanto naquela reina o bom relacionamento, nessa a fofoca e as “puxadas de tapete” favorecem uns e prejudicam todos. Importante observar que não se trata de “competitividade”, que é um meio sadio para a melhoria contínua e que está presente no terceiro fator;

É claro que os dois primeiros não condizem com o esforço de quem não conta com eles, mas não dá para ignorá-los. Até para que sirvam como explicação da falta de reconhecimento do esforço. Contudo, tenha cuidado! Se seu estilo profissional e seu percentual forem incompatíveis, e isso ocorre com qualquer fator “0”, você pode estar no lugar errado, perdendo seu entusiasmo e seu tempo. Se fortaleça no terceiro, não despreze o primeiro e se afaste do segundo, pois esse é prejudicial quando retorna. E tudo retorna para você.– Planejamento de Processos: Empresa=30% e Colaborador=70%. E aqui estão contidos os principais e mais legítimos meios de se obter promoções baseadas na competência: novos planos, metas justificadas, reorganização de processos e novos métodos. Sabe aquele tempinho que você tem e que muitas vezes é desperdiçado ou dedicado aos dois primeiros itens? Ele pode ser aproveitado para conhecer outras atribuições de seu setor, ajudar e aprender as atividades de seus colegas e, com esse conhecimento, identificar gargalos que possam melhorar os processos. Ainda não inventaram outro meio que assegure o sucesso através da qualificação, da eficiência e da atitude.
Escrito Por :  Foi Coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.

em : domingo, 24 abr, 2016


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A humanização nas relações do trabalho


humanizacao trabalhoVivemos atualmente uma fase, no mínimo estranha, no que concerne à importância das relações de trabalho de forma mais humana, mais fraterna. Não é – e nem pode ser – a competitividade uma desculpa para a falta de cordialidade e para comportamentos, não só antiéticos, como até denominados desumanos. A competitividade hoje não persegue apenas metas, também persegue pessoas.
A estranheza de como o trabalho vem se tornando um instrumento que promove a falta de sensibilidade entre as pessoas é que, não só se prega, como é absolutamente vital para as pessoas e organizações uma relação cada vez mais humana, cooperativa e fraterna entre os grupos que almejam sucesso. O trato com o ser humano não é só uma condição existente no mercado, ele deve ser uma meta também, pois nada se alcança se o básico não está presente.
Estamos vendo chefes cada vez mais arrogantes, detentores de um único lado da verdade e incapazes de se tornarem exemplos daquilo que cobram. Estamos vendo pessoas desapegadas ao zelo da relação humana e presas às coisas pequenas que rondam o trabalho, como mexericos e outras coisas que não levam a nada. Presenciamos diariamente coisas absurdas das famosas “panelinhas” que desvirtuam o caminho das organizações como se o objetivo delas fosse fatiado e readequado de forma a atender pequenos grupos que lutam entre si. Para muitos não há dúvidas de que isso venha a se originar numa carência dos propósitos educacionais que ensinam, acima de tudo, a igualdade e o respeito.
Em tempos em que um “bom dia” se tornou mera formalidade, estamos desaprendendo a querer o bem aos que fazem parte do caminho do nosso sucesso profissional. Da mesma forma que questões ligadas ao relacionamento de pessoas configuram os maiores motivos para demissões atualmente, as organizações vêm dando cada vez menos atenção a esses pontos. Mergulhadas em cumprimentos de metas, elas tornam pessoas invisíveis e desprezam o principal meio de realização de seus propósitos.
Mas, o que significa humanizar relações de trabalho e o que podemos obter com essa prática? Basta pensarmos o quanto é penoso acordar e logo pensarmos que estamos prestes a encarar um ambiente pesado que, além de exigir nossa competência, extrai o máximo de nossa paciência. Basta imaginarmos um ambiente onde o respeito seja o principal instrumento de trabalho e que não queiramos para o outro aquilo que não queremos para nós. Essa humanização passa por meus preconceitos e vai até o íntimo dos meus sonhos. Se conseguir entender que meus sonhos precisam do outro para se tornar reais e que não posso apenas pensar em usar o outro para realiza-los, mas deixar-me ser instrumento para a realização de sonhos também, começarei a entender melhor sobre humanização e o que isso pode agregar no meu dia a dia no trabalho.

Talvez a fase mais difícil para uma humanização no trabalho seja me tornar um humano não perfeito assumindo meus medos, meus erros, minhas fraquezas e tudo o que são considerados defeitos para a manutenção de um ser estritamente competitivo. Aliás, ser para o outro aquilo que somos com nosso travesseiro configura a maior virtude necessária nesse meio: a coerência. Porém, estamos cada vez mais preocupados em sermos o que não somos para agradar quem não gostamos.
Vi verdadeiros milagres acontecerem quando certas frases como “desculpe, eu errei” e “peraí, deixa eu te ajudar!” foram ditas no momento certo. Foi como se a transformação de um fosse proporcionada pela atitude do outro. E é basicamente isso que acontece na fluidez de uma relação humanizada: se ver no outro.

Sorte que há organizações voltadas ao interesse da boa convivência entre seus integrantes. Elas entendem que aqualidade dessas relações precede qualquer aspiração de sucesso comum e logo esses integrantes percebem que acima de um lado profissional está a paz em todas as suas potencialidades e que a qualidade de vida está relacionada com sua proporcionalidade. O que parece ainda não ser percebido por outras empresas é o sucesso que essas organizações alcançam pelo exercício dessa humanização. Muitas preferem apenas sonhar com lucros como se para isso não precisassem de pessoas.
Escrito Por :  Foi Coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.

em : domingo, 27 set, 2015

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Não tem experiência de trabalho? Veja dicas para fazer seu 1º currículo



A busca por trabalho quase sempre começa pela elaboração do currículo. A situação, porém, pode ser mais difícil para quem procura o primeiro emprego e vive um dilema: empresas querem candidatos com experiência, mas, para ter experiência, é preciso que alguém os contrate.

Especialistas consultados pelo UOL dizem que há maneiras de contornar o espaço em branco no campo "experiência" do currículo, valorizando sua formação educacional e citando bicos, por exemplo. Confira o passo a passo.

Dados Pessoais: atenção aos contatos

Objetivo: seja direto e claro

Formação: valorize cursos e habilidades

Experiência: bicos também contam

Nunca minta ou enrole


http://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/2015/09/22/nao-tem-experiencia-de-trabalho-veja-dicas-para-fazer-seu-1-curriculo.htm

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O que você quer ser quando ficar velho?


Uma pergunta que nos persegue desde que começamos a falar é a famosa “o que você quer ser quando crescer?” Sonhos, fantasias afloram e passamos a vislumbrar as mais desejadas profissões: Médicos, pilotos de caça, bombeiros, astronautas…
Num belo dia de aula, na segunda série do ensino fundamental, arranquei gargalhadas dos meus coleguinhas quando, indagado pela professora sobre esse tema, respondi que gostaria de ser um ótimo funcionário. Sempre gostei de pensar que para tudo há um começo, um primeiro passo. Ninguém dorme com uma idéia e acorda realizado. A realização é uma caminhada que pode durar a vida inteira.
Muitas pessoas só enxergam a linha de chegada e não comemoram a realização em cada passo. Estas estão fadadas a desistir, pois não valorizam as vitórias nem aprendem com as derrotas que compõem esse tão complexo anseio humano. Afinal, a realização deixou de ser uma simples sensação de felicidade e contentamento com aquilo que podemos alcançar para se tornar um conjunto de realizações pessoais, financeiras e sociais. Muitas vezes inalcançáveis, outras parciais. Quase sempre optamos pelo financeiro e deixamos nossos verdadeiros sonhos para depois.
Optamos por um ou outro mercado que, quase sempre, é injusto quando nossa idade avança. Em muitos países – principalmente asiáticos – a experiência adquirida se valoriza todos os dias. Profissionais de maior idade são tidos, não só como consultores, mas como “lemes” de ideias que impulsionam novas realizações. Inovação e experiência andando juntas. Isso é fantástico! Muito necessário para que um novo projeto não vire um devaneio e para que a sabedoria não traga acomodação.
No Brasil, infelizmente, isso não funciona assim. Um “quarentão” – como eu – já é visto como “página virada” por muitos mercados. Não importa se você acompanha o mundo tecnológico. Parece ser uma questão cultural. Isso se deve muito ao estilo, à conduta de nosso sistema abraçado diariamente. A experiência é confundida com esperteza. Saber “onde dorme a coruja” é, muitas vezes, ameaçador ou usado em benefício próprio e não em prol de um objetivo comum. Para muitos, reter conhecimento é sinônimo de segurança dentro de uma organização
Geralmente a inovação diz que não precisa da experiência e essa deseja que a nova idéia afunde por tê-la desprezado.
O mundo mudou muito em um século. Grandes pensadores, filósofos, empreendedores, são lembrados até hoje por suas ousadias. Inspiram novos profissionais e são exemplos de realizações. A grande maioria se destacou após os cinquenta anos de idade. Tiveram suas ideias concretizadas segundo experiências próprias e de outrem. A instantaneidade do sucesso tirou o valor da experiência deixando-o volátil nos dias de hoje.
Um jovem pode sim, conduzir ideias maravilhosas. Um “não muito jovem” pode sim, conceber novas ideias. Não cabe a um ou outro um único papel de “combustível” ou de “ferramenta”. Ambos podem ser idéia, energia e experiência. Juntos então, se respeitando, podem ser imbatíveis.

Mas podemos ser mais efetivos, mais atuantes. Esse futuro não precisa ser tão incógnito. O que faremos? O que seremos? Essas respostas são dadas ao longo do seu passado. No mínimo, estranho! Contudo, nunca pensamos que nossos corpos amanhã estarão reclamando pelo que lhes foi exigido. Trabalhamos tanto e não pensamos do que viveremos quando não podermos mais trabalhar – devido à idade ou pelas exigências do mercado – e nos damos conta que o que temos é uma aposentadoria insuficiente e injusta. Não seria um contra-senso perseguir um sucesso financeiro durante a juventude e não pensar que, mais tarde, aquilo que persegui não me é satisfatório? Talvez fosse mais feliz hoje se tivesse sido o que quisesse ter sido. Deixei que escolhessem por mim e agora não posso colher aquilo que não me pertence.A vida é um grande projeto que precisa ser realizado, checado e reparado todos os dias. Estamos sempre tão ocupados com a lida diária que esquecemos que envelhecemos. O que nos espera? Como estaremos daqui um tempo?[...] Não sabemos. Muitos não querem nem pensar. Essa história de viver só o agora não lhe torna responsável consigo mesmo.
Retiro a amargura desse texto com um simples comentário: Hoje vivo a fase mais feliz da minha vida. Talvez porque quis ser aquilo que pude alcançar me esticando ao máximo, na ponta dos pés e dando bons saltos conscientes. De um bom salto a outro, é necessário estruturar bem aquilo que chamo de degraus: Confiança, amizades, dedicação, preparo e um bom uso da experiência. Se não houver a construção de degraus para esses saltos, sonhar alto pode representar muita dor numa queda.
Não há motivos para pânico, desde que haja planejamento. Antecipo uma verdade: É bem mais fácil e melhor a felicidade após os quarenta. Revela-se uma nova caminhada. Claro que são novas dificuldades, mas as experiências trazidas por uma juventude bem vivida e aprendida são bons atalhos que precisam ser bem aproveitados nos mais diferentes mercados. Quando jovem, o mercado lhe procura; depois, é você quem o acha.
Não, não estou vendendo planos de previdência privada – embora acredite que todos nós devamos pensar em fazer um –. Na verdade, não nos custa abrir os olhos e manter os pés no chão. A vida chega para nos fazer essa pergunta: “O que você quer ser quando ficar velho?” Na maioria das vezes, ela chega com essa pergunta sem que tenhamos, sequer, respondido a primeira ao crescermos. O tempo é algo que jamais poderemos driblar.
Você acompanha você para o resto da vida. O mercado lhe acompanha enquanto útil você lhe for. Opte por você. Realize-se! Responda-se: O que eu quero ser quando ficar velho?
Escrito Por :  Foi Coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.


Juventude aposentada


Em visita ao Brasil, o Papa Francisco lembrou muito bem no seu discurso na Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, que manter programas sociais que visam apenas os jovens e não desenvolver outros que assistam aos idosos, é um desrespeito com essa juventude que um dia vai envelhecer.
O tema poderia abordar a parcela considerável dessa juventude que perde a vida devido à violência que assola o Brasil. Poderia abordar a aposentadoria por invalidez de jovens que se arriscam no trânsito e/ou são vítimas dele. Porém, estamos falando sobre o que afasta os jovens dos seus verdadeiros dons, da profissão que realmente gostariam de seguir. É sobre a forma com que a utilidade econômica da juventude é conduzida por culpa do poder público ou pela conivência de muitos jovens. Vale lembrar que em abril de 2013 o déficit da Previdência Social foi de 8,5%, o pior registrado no mesmo período de 2012. Isso indica que faltarão jovens para cobrir a aposentadoria de idosos. Também indica que o brasileiro vive mais e está tendo menos filhos. Contudo, o ponto que mais chama atenção é que estudos já comprovavam isso na década passada e pouca coisa mudou naquilo que poderia contornar esse problema: O mercado jovem e sua empregabilidade.
O que vem se intensificando é um consumismo por parte dos jovens almejado por muitos mercados que se especializam nessa atividade sem se importar com a origem de recursos necessários para manter tal atividade. Parece muito inofensivo, mas é a chama que alimenta muitas mazelas sociais, inclusive a violência. Ou já não ouvimos notícias de mortes por causa de um par de tênis? E o que falar do tráfico de drogas que alicia nossos jovens cada vez mais cedo? É o exercício do “posso ter” antes do “quero ser”.
Mais grave do que a diminuição da população jovem é a venda dos sonhos desses jovens por tão pouco[...]. Eles aposentam seus ideais, seus sonhos; e passam a correr atrás da injustiça social que aflige nossos idosos. Começam a trabalhar cada vez mais cedo dificultando sua formação e preparação profissional para enfrentar o mercado. Procuram vencer a qualquer custo. Mas, às vezes, esse custo é pago pela ética. Procuram vencer na vida de forma fácil e nem percebem que já estão aposentados.
Não se pode esquecer que é pela juventude que se dá a continuidade e melhoria de todo o processo de desenvolvimento. Infelizmente, a classe jovem é atacada por todos os lados: Programas Sociais ineficientes, ensino público de baixaqualidade, ensino privado muito caro, atacados pela violência e pelos próprios jovens com sua falta de compromisso com as responsabilidades primárias. Felizmente, temos jovens aguerridos, inteligentes e entusiastas com forças para mudar o País. Esses podem dizer que venceram com seus próprios esforços.
A Europa já conta com ¼ da população jovem desempregada – só na Espanha, há mais de 6 milhões de desempregados, 26,2% da população. E entre os jovens basta dizer que hoje há mais deles desempregados do que trabalhando naquele país – o que eleva a dívida européia em meio a uma crise “esperada” já que a população jovem não encontra mercado para sua excelente formação quase sempre voltada à informática ou mercado financeiro. Acontece que a informática, apesar de ampla, não comporta tanta mão-de-obra e o segmento financeiro necessita de investidores. Então, o mercado se torna cruel, pois ninguém entra num barco que está fazendo água. E aí vem o dilema: “Comer a semente ou plantá-la”?

Não se pode contar com o fracasso ou inexistência de projetos sociais, pois demandam muito tempo para consertar. É óbvio que na década seguinte não será possível que a juventude “sustente” a Previdência. É necessária a harmonia das diferentes idades, pois estão todas no mesmo barco: jovens que têm forças para remar, mas alguns não querem, e idosos que ainda têm forças para remar, mas não podem.

Escrito Por :  Foi Coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.

em : domingo, 8 set, 2013

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Resiliência traz sucesso


Hoje, com certeza, o algo a mais que cada pessoa necessita para viver e se destacar como profissional chama-se autocontrole, equilíbrio. Vivemos num mundo violento e competitivo. Convivemos com pessoas que afloram os mais diversos sentimentos. Estamos sempre à beira de abismos que, um passo em falso, pode pôr tudo a perder. É uma vida de pressões, sem dúvidas.
A forma com que vemos, absorvemos e reagimos diante das pressões do cotidiano diz muito, ou quase tudo, sobre nós. Não é difícil jogarmos fora um grande e amadurecido projeto em alguns segundos. Não é difícil perdermos pessoas e oportunidades com uma simples palavra dita na hora e maneira erradas. É preciso estar sempre vigilantes. Isso não deixa de ser “pressão” também.
Sermos resilientes é fundamental para não perdermos o equilíbrio e sabermos reagir de forma positiva para com os nossos ideais, para nossa qualidade de vida.
RESILIÊNCIA é uma propriedade da física pela qual, a energia armazenada em um corpo que se deforma por uma pressão exercida é devolvida quando cessa a tensão causadora dessa deformação elástica. É a resistência ao choque. E embora estejamos falando de coisas concretas, o abstrato se favorece muito com esse aprendizado que está sempre em evolução.
Talvez não percebamos, mas essa ação está muito presente em nossas rotinas. Da hora em que levantamos até a hora de dormirmos. Quando ouvimos e quando falamos. Quando somos “agredidos” e quando “agredimos”. Quando tomamos nossas decisões e até nas menos importantes opções por algo que, naquele momento, não inspira cuidados.
Somos uma enorme artéria de ações e sentimentos que precisam circular com fluidez, mas são muitas as barreiras diárias, os apertos que impedem nosso bom funcionamento. Ser resiliente é buscar alternativas para manter essa fluidez tão necessária enquanto nos restabelecemos.
Ser resiliente é, comprovadamente, um instrumento de entendimento, de aumento da satisfação que resulta na melhoria da nossa qualidade de vida através do convívio e, principalmente, do respeito por si e pelas outras pessoas. Esse respeito passa a ser aqui a chave da obtenção desse instrumento e o autoconhecimento é um complemento importantíssimo.

Imagine-se caminhando ao redor de uma enorme bolha plástica. Sua função é observar os riscos que possam gerar algum vazamento. Essa bolha sofreu uma pressão que a deixou num diâmetro ainda maior. Sua caminhada será maior para observar esses riscos que também são maiores. Mas, se continuar desempenhando sua função poderá identificar essa pressão e buscar elementos para extingui-la. Logo perceberá o retorno de sua forma original e sua tarefa seguirá o curso normal.A explosão é muito tentadora num momento de tensão, ela parece sempre ser a melhor opção para resolver a situação. Mas, só contribui para piorar. Acuados, o normal é reagirmos contra-atacando com as mesmas armas. O “normal” pode pôr tudo a perder. Quando esse momento passar o que vai restar são outros problemas, até maiores talvez.
Aproveitar um “você não é capaz” para se capacitar, um “você não entende nada disso” para buscar conhecer e se aprimorar, são exemplos de resiliência que precisam ser praticados antes mesmo do confronto para provar que é capaz e que sabe como fazer. Isso representa mais segurança ao defender suas opiniões diante de alguém que está preparado para lhe desafiar custe o que custar.
Muitas vezes, ceder não é sinal de fraqueza. É resiliência. É continuar no controle enquanto passa a pressão e organizar as ideias traçando um plano de ação.
Não conhecemos muitas pessoas resilientes nos dias atuais. Muitas das coisas que almejamos estão acima de coisas consideravelmente importantes. Nossos objetivos estão minando nossos sentimentos. Não lembramos que nossa qualidade de vida é composta por realizações, é! Mas, no final, ela é sentida. Portanto, temos que estar satisfeitos com o andamento dos nossos planos, centrados em nossas decisões e aptos para querer aquilo que conseguimos e, então, sentirmos o bem-estar de forma mais intensa e duradoura. Pois é, dessa forma, concluímos que qualidade de vida representa mais um sentimento do que algo palpável propriamente.
Assim, entendemos um pouco mais do nosso caminho rumo ao sucesso. E isso nos possibilitará o aumento do equilíbrio aproveitando a energia usada contra nós ao nosso favor. Onde tudo é aprendizado, não podemos perder as chances de sermos pessoas e profissionais melhores, com maiores chances de sucesso.
Muitas das nossas atitudes estão destruindo nosso equilíbrio. Pior que não agregam valor ao nosso dia. Nossa falta de paciência no trânsito não acrescenta um segundo sequer às nossas vinte e quatro horas diárias. Nossa falta de receptividade com nossas obrigações não diminui a necessidade ou importância em cumpri-las. Até pode-se optar em imaginar que isso não acontece, mas é fato que essas atitudes nos faz mal em primeiro lugar e depois aos que nos cercam.
Escrito Por :  Foi Coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.

em : domingo, 18 nov, 2012

O sucesso começa dentro de você


Sucesso é conseguir aquilo que você quer. Felicidade é querer o que você conseguiu. Para ser feliz, você não precisa estabelecer condições. Você pode passar a ser feliz agora, basta querer o que você já tem. Já para ter sucesso, são necessárias três condições básicas: o querer, o saber e as oportunidades. Ficar sentado no banco da estação da vida como espectador não garante um lugar no time do sucesso. É sabido que se você fizer o que sempre fez, só irá conseguir aquilo que sempre conseguiu.

OS PROBLEMAS FAZEM PARTE DA VIDA

Ao dia se sucede a noite. Na vida nem tudo é um mar de rosas. Há dias da caça e outros dias do caçador. Se eu tirar os problemas da sua vida, com toda certeza, acabarei com ela. O mesmo se sucede com o seu trabalho. Problemas são oportunidades disfarçadas que servem para perturbar o nosso cérebro e permitir a nossa evolução.
Uma das grandes causas de infelicidade e desgraça da atualidade é que humanidade vem colocando o TER antes do SER e do FAZER. Oitenta e cinco por cento das pessoas bem sucedidas na vida tiveram uma infância difícil. A luta para superar os problemas faz pelo espírito o que o exercício físico faz pelo corpo.

DEMONSTRE MATURIDADE

Tudo tem o seu tempo. Saiba esperar e lutar pelo que você quer. Uma evidência de maturidade é saber adiar gratificações. Faça imediatamente o que deve ser feito. Entre imediatamente em ação. Uma caminhada de mil passos começa com o primeiro passo. Procure quebrar as suas metas em pedacinhos controláveis.

SEJA TALENTOSO

Talento tem a ver com a prática. Quanto mais você pratica, mais sortudo você fica. Para Sócrates, o pensador grego, “o homem preguiçoso é aquele que poderia estar melhor empregado.”

SEJA COMPROMETIDO

Se você vive dividindo paredes com o seu vizinho e o telhado dele está pegando fogo, o problema dele é seu também. Numa organização não basta estar dentro do mesmo barco, é preciso que todos remem para o mesmo lado.

SAIBA SE COMUNICAR

Comunicação não é o que você diz, é o que o outro entende. Não rotule as pessoas como “cabeças duras” porque elas não entendem. Se o outro não entendeu, é porque você não comunicou com o vocabulário que ele entende.


Todo líder é um visionário. É um mercador de sonhos. Liderar é fazer acontecer. Para fazer mais é preciso aprender a delegar. A delegação dá a oportunidade para que as pessoas em nossa volta cresçam, e libera o líder para fazer coisas mais importantes.
SEJA LÍDER

PROMOVA MUDANÇAS

A única coisa constante na vida é a mudança. Busque incansavelmente a excelência e a inovação. Procure não ser pego de surpresa, pois é bem possível que o seu maior competidor não tenha aparecido ainda.

Escrito Por :  Tem 13 anos de experiência no varejo e 12 anos em consultoria e treinamento organizacional. É formada em Comunicação Social com ênfase em Relações Públicas pela FEEVALE. É pós-graduada em Marketing pela ESPM e pós-graduada em Recursos Humanos pela FEEVALE. Tem Especializada em Dinâmica dos Grupos pela Sociedade Brasileira de Dinâmica de Grupos (SBDG).

em : terça-feira, 24 jul, 2012

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Que tipo de motivação oferecer para reter talentos



Que tipo de motivação oferecer para reter talentos
Canal Executivo
Reter talentos tem sido um grande desafio para a maioria das companhias. Estudo da consultoria internacional Hay Group realizado com 83 empresas brasileiras revela que 43% delas estão muito preocupadas em criar estratégias para manter os melhores profissionais. Segundo o estudo, 79% das empresas procuram investir no desenvolvimento de carreira de seus funcionários para, além de motivá-los, evitar perdê-los.
É comum, portanto, observarmos no ambiente corporativo, fórmulas prontas sobre como "motivar a equipe". Da mesma forma, pode-se encontrar treinamentos, consultorias e diversas empresas que prometem resultados fantásticos em curtíssimo prazo. 
Porém, segundo o consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz, o processo não se resume a um simples formato padrão, que possa ser aplicado para todos os tipos de pessoas e empresas. 
A questão é: por que regras prontas funcionariam para todos se cada indivíduo pensa, age e se motiva de diferentes maneiras?
As análises envolvendo o tema começaram a ser feitas com mais profundidade a partir da década de 1950, quando o psicólogo americano Abraham Maslow, formulou a base de sua mais famosa teoria, na qual ressalta que as motivações dependem das necessidades psicológicas das pessoas. 
A explicação é que a produtividade está diretamente ligada aos fatores motivadores de cada um. Identificar a "equação motivadora" de cada funcionário é fundamental para garantir um ambiente coorporativo mais produtivo.
Ferraz afirma que as empresas têm quatro principais moedas de troca ou fatores que motivam as pessoas, sendo elas:
1° Dinheiro – Está relacionado ao salário, comissão, 13°, bônus e outros mecanismos de recompensa monetária;
2° Segurança – Tem relação com a estabilidade do emprego, regras claras e um bom ambiente de trabalho.
3° Aprendizado – É todo conhecimento que a empresa proporciona por meio de treinamentos formais e do aprendizado informal que se adquire durante o período de trabalho; e
4° Estatus – É como a empresa proporciona aprovação social ao indivíduo: elogios públicos, promoções e reconhecimento têm a ver com esta "moeda".
É incomum uma pessoa ter 25% de cada motivador, já que cada indivíduo tem necessidades em diferentes intensidades. Algumas pessoas desejam ganhar mais dinheiro, outras preferem segurança, outras estatus, e há indivíduos que tem o aprendizado como fator mais importante. 
"Se você como representante da empresa oferece alto salário como o principal motivador, por exemplo, procure profissionais que se sentem motivados ganhando bem, e não se importam em ter pouca qualidade de vida. Mas, se a empresa oferece um excelente aprendizado, valorize e contrate quem gosta muito de aprender e assim por diante", diz o especialista.
Portanto, explica ele, não existe uma equação ideal para conseguir administrar bem um negócio. Para obter um ambiente de trabalho saudável e produtivo para ambas as partes, é fundamental identificar os valores da empresa, e contratar e manter pessoas com as motivações alinhadas a esses valores.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O culto ao trabalho em equipe


Se você aprecia histórias de times esportivos que superaram inúmeros obstáculos antes de chegar ao auge, saiba que existe uma série de filmes desse gênero na locadora mais próxima. O mesmo pode ser dito em relação aos títulos disponíveis nas livrarias, pois durante os últimos anos muita coisa também foi escrita a fim de desvendar os segredos das equipes de sucesso.

Um dos marcos deste processo como um todo foi o antológico artigo "A Disciplina dos Times", publicado pelos professores Jon Katzenbach e Douglas Smith, na Harvard Business Review em 1993, no qual detalharam os diferentes tipos de equipes e suas características principais, além de levantarem os fatores que realmente afetam o desempenho de um grupo de trabalho.

É claro que de lá para cá cases de sucesso mostraram como as companhias devem proceder na prática e aquilo que não funciona de jeito nenhum, mas ainda hoje em dia é difícil encontrarmos times que administram com êxito os dois elementos que compõem a competência trabalho em equipe.

O primeiro deles é a capacidade de produzir bem em conjunto, afinal não é porque as pessoas atuam num mesmo local que o trabalho delas é fértil por natureza. Grupos que estão em processo de formação, por exemplo, geralmente alcançam resultados medianos e só com o passar do tempo é que seus números crescem. É por isto que equipes com alta rotatividade não são dignas de aplausos.

O mesmo vale também para aquelas conduzidas por líderes fracos. Neste caso, os dígitos animadores existem enquanto o mercado está amplamente favorável e despencam logo que precisam enfrentar períodos conturbados.

Aliás, se você quer conhecer a real capacidade de uma equipe, fique atento ao comportamento que ela adota diante das situações que fogem à sua rotina. Um time afinado não se desespera ao encontrar um desafio diferente daquele que está acostumado a vencer e se mantém focado em buscar alternativas para superá-lo. Já uma equipe meia-boca...

O segundo elemento de um time de sucesso é o espírito de equipe. Fazemos parte de uma sociedade que percebe o individualismo como virtude suprema e por isto não é fácil comprometer as pessoas para causas coletivas. O famoso "o que eu vou ganhar com isto?", apenas externaliza que as pessoas pensam primeiramente em si próprias e só depois no grupo do qual fazem parte.

Mas não pense que isto seja recente. Em sua obra "Raízes do Brasil", de 1939, o historiador Sérgio Buarque de Holanda já lembrava que o culto ao personalismo era um traço da nossa cultura e que este desestimulava o esforço humilde, anônimo e desinteressado que poderia garantir maior coesão social e a solidariedade dos interesses. Como você sabe - e sente, pouco avançamos desde então.

Entretanto, de nada adianta uma postura vitimista. As recentes manifestações que tomaram o país mostram que estamos passando por um intenso período de mudanças e que este é o momento ideal para difundirmos o culto ao trabalho em equipe como sustentáculo de um novo modelo para a sociedade e cada indivíduo que a compõe. Ou seja, ele não serve apenas para orientar as empresas..

Alguns países aprenderam isto a duras penas, como foi o caso do Japão e da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. Se hoje nós os admiramos como nações desenvolvidas e reconhecemos suas empresas como modelos de gestão, é porque o senso de coletividade sobrepujou as motivações individualistas, tanto na vida pública quanto na corporativa.

A mesma atenção que dedicamos ao desenvolvimento de práticas mais produtivas para o trabalho em equipe deve ser dirigida a "vendê-lo" como valor às pessoas. Enquanto, não aceitarmos o fato de que ainda estamos engatinhando nesta matéria continuaremos a fazer um esforço sobre-humano para que as pessoas desviem a atenção de si próprias.

Honrar os valores, uma questão de integridade


Nos últimos congressos de desenvolvimento profissional que participei, o que mais tenho escutado é sobre a importância dos valores. Estive na ASTD (American Society for Training and Development) em Chicago, onde o tema era Find your value, e pude constatar que o quê as organizações mais estão valorizando nesse momento, além é claro dos resultados, são os resultados alcançados mantendo a vivência dos valores.

Desde os primórdios dos tempos até hoje, temos vários exemplos sobre grandes líderes que jamais abriram mão de seus valores e, com isso, tornaram-se grandes exemplos do que pregavam. Dessa forma, eles geraram modelos a serem seguidos e copiados, construindo ambientes que motivam as pessoas, pois, no final das contas, é isso que os grandes líderes fazem: criam um motivo que leva as pessoas partirem à ação.


Quando vivenciamos aquilo que ensinamos, criamos esses motivos. Meu pai é do interior de Minas Gerais e ele sempre me ensinou algo que hoje entendo a profundidade do que me dizia: "A palavra move e o exemplo arrasta". Nos dias de hoje exige-se cada vez mais engajamento total para alcançar resultados extraordinários, os profissionais ligam os seus pilotos automáticos e não se dão conta do que fazem e nem percebem quando, de certa forma, violam os seus valores e os valores da organização.


Tenho percebido em todos os treinamentos de liderança que ministro e até mesmo com os meus coachees(profissional que participa de um processo de coaching) que está cada vez mais difícil honrar os valores e, quando isso acontece, gera uma insatisfação terrível.

Em janeiro de 2009 fiquei, na Califórnia, para me atualizar com alguns cursos de liderança e gestão. Uma das tarefas que me foi dada era estudar a vida de um executivo de sucesso e montar uma palestra sobre o seu estilo de gestão e quais eram os diferenciais dele como líder. Escolhi o Jack Welch. Já gostava dele e me aprofundei na sua história de vida, foi quando descobri algumas coisas fantásticas e simples sobre o seu estilo de gestão. Jack Welch tinha aquela célebre frase: "eu contrato o caráter e a pessoa eu treino", ele valorizava todos os que vivenciavam os valores da empresa e desligava quem não respeitava os valores da organização, mesmo se essa pessoa trazia resultados.

A mudança mais importante que vem ocorrendo é que estamos voltando a valorizar as coisas bem simples nas empresas. Resultado acima de tudo é algo que está cada vez mais saindo de cena e abrindo espaço para os profissionais que, além de terem valores congruentes com os da empresa, não abrem mão deles. Assim, é claro, esses profissionais conseguem engajar-se e mobilizar as pessoas para alcançarem resultados extraordinários, pois pessoas assim são admiráveis.


Para começar a refletir sobre isso, você pode pensar sobre o que é mais importante para você na vida? Simplesmente isso: a coisa mais importante é saber qual é a coisa mais importante. Por mais que essa afirmação possa soar ridícula e simplista, ela é absolutamente verdade em relação à vida. Talvez muitos de nós não conseguimos nos realizar não porque não estejamos fazendo as coisas que são convenientes, mas porque nós não estamos fazendo as coisas mais convenientes para nós.


Pense nas seguintes perguntas: o que você faria se descobrisse nesse momento que restam apenas seis meses de vida para você? Reflita seriamente a respeito, pois muitas pessoas esquecem que um dia morrerão e criam uma expectativa de vida ilusória, procrastinam aquilo que é mais importante. Após responder a essa pergunta, verifique sua resposta e analise tudo o que você respondeu. Pense agora quanto por cento você se dedica para fazer isso hoje? Nesse momento você pode encontrar algumas respostas para as suas insatisfações ou até mesmo para as suas satisfações.

Se não tomarmos as rédeas de nossas vidas e vivenciarmos os nossos valores, o mundo acaba conspirando para que não encontremos as nossas próprias respostas. As pessoas querem que acreditemos nas respostas delas como sendo ideais, mas, em alguns momentos, devemos parar de reunir informações vindas do nosso exterior e olhar para nós interiormente, ouvir a nossa voz. Muitas pessoas temem o que há por dentro. São pessoas que não conseguem ficar sozinhas, quando chegam em suas casas já ligam a TV, precisam estar sempre rodeadas por outras companhias pois, talvez sozinhos, não suportariam escutar a sua própria voz, porque pode machucar e fazer você enxergar coisas que não quer. É nesse momento que as pessoas começam a se questionar e, normalmente, sentem um vazio enorme.


A porta da mudança só pode ser aberta pelo lado de dentro e, querer mudar ou não é uma escolha. Para tomar essa decisão podemos fazer alguns questionamentos que nos ajudam a descobrir o que é realmente importante para nós, por exemplo:
- Você acredita que pode ser mais competente do que é?
- O que te motiva?
- Como você se sente quando está motivado?
- O que te impede de se motivar?
- Se você pudesse mudar alguma coisa em sua vida agora, o que mudaria?
- O que você faria se o sucesso fosse inevitável?
- O que é mais importante para você na sua vida?

Dessa forma você entrará em contato com os seus principais valores, que são estados emocionais, formados com base na nossa experiência de vida, que nos fazem agir do jeito que agimos. São os motivos que nos fazem experimentar (ir em direção a) ou evitar (afastar-se de).
- Os valores que nos fazem "ir em direção a" são os que nos trazem satisfação, como: amor, felicidade, sucesso, liberdade, respeito, segurança etc. Esses podem ser chamados de valores "finais".
- Os valores de "afastar-se" de são valores ou estados emocionais que algumas pessoas fazem de tudo para evitar, como: rejeição, depressão, raiva, preocupação, frustração, ciúme etc.

Além disso, existem os valores do "meio", que é quando focamos em coisas como: carro, casa, dinheiro, casamento etc. Nesse caso algumas pessoas terceirizam as suas felicidades a essas coisas, mas o mais importante é identificar o como de fato essas coisas lhe trarão prazer. Só assim chegamos ao valor "final".

Acontece que, infelizmente, muitas pessoas gastam quase 80% da sua energia evitando o que não gostaria de sentir, ao invés de investir a sua energia para ir em direção a, em direção aos valores "finais". Então, vamos colocar em prática esse momento de autoconhecimento respondendo as seguintes perguntas:
1. O que é mais importante para você na sua vida? Quais são os seus principais valores para "ir em direção a"? Por exemplo: amor, saúde, poder, crescimento, aventura, liberdade, família, contribuição, humor, simplicidade, fraternidade, amizade, desafio etc.
2. Reescreva os seus valores para "ir em direção a", em ordem de importância. Qual é o valor "Número 1", aquele do qual você não abre mão, aquele que é mais importante do que tudo e depois enumere com 2, 3, 4 e assim por diante.
3. Coloque uma nota de 01 até 10 em cada um dos valores escolhidos, sendo que quanto mais alta a nota, mais você honra ou vivencia esse valor na sua vida hoje.
4. Escolha um valor que gostaria de aumentar essa nota e defina três ações práticas para maior vivenciá-lo.
5. Relacione todos os sentimentos e emoções negativas que você faria praticamente qualquer coisa para evitar. Por exemplo: rejeição, depressão, raiva, preocupação, frustração, ciúme etc.
6. Reescreva os valores para se afastar de, em ordem de importância, começando com aquele que você faria o máximo para evitar.
7. Agora é hora de examinar suas regras ou modelos mentais para esses valores, ou seja, o que tem que acontecer para que você sinta essas emoções? Por exemplo, se o amor é um dos seus valores, o que tem que acontecer para você se sentir amado? Para algumas pessoas se sentirem amadas, todas as pessoas com quais ela se relaciona devem gostar dela e elogiá-la constantemente. Em relação ao "se afastar de", o que precisa acontecer para que você não sinta essas emoções? Por exemplo, para algumas pessoas quando outras pessoas não concordam com elas, elas se sentem rejeitadas ou pensam "todos devem gostar de mim". É importante compreender as regras que você tem para se sentir mal. Algumas pessoas fazem com que seja muito difícil se sentir bem e muito fácil se sentir mal.
8. Quais regras novas e fortalecedoras você pode incluir em sua vida, para que tenha apoio para ir em direção dos valores que mais deseja e se afastar dos valores que quer mais evitar?


Exemplos de regras que deveriam ser mudadas:
- "Só serei feliz se ficar rico".
- "Os profissionais excelentes não erram".
- "Para que eu me sinta amado, todos devem concordar comigo".
- "Preciso comprar uma esteira para ser saudável".
- "Sem dinheiro não podemos nos divertir".
- "Eu nasci assim, não vou mudar".
- "É impossível ser saudável em cidades grandes".
- "Só serei feliz quando eu me casar".

Exemplos de regras para valores de ir em direção a de "e afastar-se de":
- "Eu me sinto saudável sempre que caminho 15 minutos por dia".
- "Eu fico mais bem-humorado quando me alimento de forma saudável"
- "Eu me sinto realizado quando sou bom ouvinte".
- "Eu me satisfaço quando desenvolvo pessoas".
- "Eu fico feliz quando entendo as pessoas e me coloco no lugar delas".

Após toda essa reflexão acredito que você se tornará, no mínimo, mais atento aos comportamentos que são congruentes com os seus valores. Tornar-se um ser humano integral é viver verdadeiramente os valores que fazem bem a você e as pessoas ao seu redor.