O polo fabricante
de joias folheadas de Limeira, cidade do interior paulista, já enviou seus
produtos para o mercado árabe. O município é responsável por 70% da exportação
nacional e por 90% da exportação estadual de joias folheadas e já fez vendas
para Líbano, Emirados Árabes Unidos e Catar, de acordo com o vice-presidente da
Associação Limeirense de Jóias (ALJ), Rodolfo Dib Mereb Júnior. Os árabes também
costumam frequentar a feira de joias que o município promove anualmente, a
Aljoias.
"Temos dados de
produtos exportados para o Líbano, Emirados e Catar. Porém, foram vendas
esporádicas, na tentativa de conquistar um mercado que tem alto poder aquisitivo
e preferência por joias em ouro e prata", afirma o vice-presidente. Mereb
acredita que os turistas que visitam o mundo árabe podem ser consumidores da
joia folheada brasileira. "O árabe ainda não tem identificação e afinidade com a
joia folheada, então talvez a porta de entrada deste produto seja o turista que
movimenta grande parte desta economia", diz.
O polo de Limeira
exporta para cerca de 20 países e os principais mercados estão na América
Latina. A feira Aljoias recebe clientes de pelo menos 20 países. Mereb afirma
que as joias folheadas de Limeira são muito bem aceitas em função do design das
peças e da qualidade com a qual são fabricadas. "Nossas pedras naturais agregam
um imenso valor aos produtos e têm grande aceitação em todo o mundo. Nosso poder
de criação, aliado a nossa qualidade e aos produtos alternativos, fazem, com que
nossas joias folheadas se sobressaiam", afirma.
Não há dados sobre
os volumes de fabricação das joias folheadas, mas segundo a ALJ, Limeira
responde por 50% da produção nacional. O polo é formado por cerca de 500
empresas, além de 300 lojas voltadas para o setor. A maioria das indústrias,
95%, são de micro e pequeno porte. As peças são feitas seguindo as tendências
dos principais centros de moda do mundo, segundo Mereb. Há também, segundo ele,
influência da televisão, das telenovelas na criação das coleções para o mercado
interno, com inspiração no que usam as atrizes.
O vice-presidente
da ALJ conta que a atividade de produção de joias folheadas não é recente no
município, mas a concentração de empresas da área na região aumentou. A história
do setor, na cidade, começou em 1938 com a abertura de uma oficina de consertos
de joias fundada por João Martins Cardoso, seu filho Eduardo Urbano Cardoso e
Sylvio Cavasin, que depois foi transformada em uma indústria.
Os negócios dos
Cardoso entraram em declínio, mas muitos dos funcionários da empresa se
originaram várias pequenas indústrias de joias folheadas impulsionadas pela
preferência do brasileiro por produtos mais baratos do que os feitos de ouro.
Limeira chegou ser polo de produção de laranja, nos anos 60, e depois se
concentrou no setor de metalurgia, mas hoje um terço da população economicamente
ativa - 45 a 50 mil pessoas - trabalha direto ou indiretamente no segmento de
joias folheadas.
Fonte: Agência Anba
Nenhum comentário:
Postar um comentário