Entre janeiro e maio de 2016, a corrente de comércio Brasil-China totalizou US$ 24,9 bilhões, o que indica queda de 12% em relação ao mesmo período de 2015. De
 acordo com dados divulgados pelo MDIC, as exportações brasileiras apresentaram acréscimo de 14%, enquanto as importações vindas do país asiático tiveram redução
 de 36%. Com isso, o saldo comercial acumulado entre os países indicou superávit de 
US$ 6,4 bilhões para o Brasil.
O destaque das exportações brasileiras no período foi a soja. Os embarques do grão cresceram 27% em valor e 39% em quantidade no comparativo com os mesmos
 meses de 2015.
Já as vendas de minério de ferro registraram queda de 6% em termos monetários, embora com aumento de 27% na quantidade vendida. É o segundo produto mais importante da pauta, com participação de 14,7% nas exportações do País.
O setor de carnes também se destacou no período. As vendas de carne de aves atingiram resultados 52% maiores em termos financeiros, e 77% em quantidade. Por sua vez, os embarques de carne bovina somaram US$ 298 milhões.
No período considerado, as importações de produtos chineses apresentaram retração na grande maioria dos principais itens que compõem a pauta. Os dois setores que frequentemente lideram as compras brasileiras – aparelhos elétricos e mecânicos – registraram queda de 42% e 35%, respectivamente. Em quantidade importada, as variações também foram negativas: -41% para aparelhos elétricos e -23% para mecânicos.
Houve retração, ainda, nas importações de veículos automóveis e dos principais subitens da categoria, como peças e partes para carros e motocicletas, e nas compras do setor têxtil.
Os dados foram divulgados pela 57ª edição do CEBC Alerta, elaborado pelo Conselho Empresarial Brasil-China.
O CEBC também divulgou a 13ª edição da Carta Brasil-China, em que apresenta análises sobre a nova política cambial da China, a partir de um cenário em que, do lado brasileiro, segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a contração do produto interno bruto brasileiro é a maior desde a de 1930, e, do lado chinês, a redução significativa do crescimento de sua economia foi determinante para por um fim ao ciclo de preços elevados para as commodities exportadas pelo Brasil.
De acordo com o Embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China, os dois países são distantes, com histórias e tradições bem distintas, mas “o desenvolvimento das relações sino-brasileiras nas últimas décadas tem demonstrado, contudo, que é possível encontrar complementaridades importantes, que vão muito além de um país exportador de commodities e importador de produtos industriais”.