As empresas, notadamente as de menor porte, podem enfrentar diversas dificuldades em seu processo de internacionalização que devem ser solucionadas com a devida agilidade de forma a evitar perda da oportunidade de negócio. Abaixo, relacionamos alguns exemplos e sugestões que possam neutralizar seus efeitos negativos:
* Manter oferta exportável suficiente e contínua como forma de garantir o abastecimento do mercado-alvo. Sempre é bom lembrar que a demanda internacional exige abastecimento estável. Diante dessa dificuldade, são as soluções mais rápidas o associativismo com outras empresas do mesmo ramo ou a contratação de manufatura.
* Conseguir padrão internacional que atenda às exigências do mercado comprador. Trata-se de um problema mais comum quando um cliente estrangeiro é atendido por mais de uma empresa, como ocorre, por exemplo, em exportações oriundas de Arranjos Produtivos Locais (APLs). Em casos do gênero, faz-se necessária a incorporação de um sistema de gestão de qualidade.
* Desconhecer os aspectos práticos e operacionais de uma exportação. O acesso ao mercado externo envolve procedimentos que dependem de informações adequadas e atuais, de atuações específicas e, até mesmo, de estreitamento de laços com parceiros comerciais (como agentes) e outros profissionais do comércio (a exemplo dos despachantes aduaneiros). Assim, é preciso contar com profissionais especializados e competentes, com amplo conhecimento sobre como desenvolver, com eficácia, uma operação de venda ao exterior. É preciso considerar que uma operação de exportação envolve distintas fases, tais como:
a) documental, englobando como e onde obter os documentos necessários: ao trânsito da mercadoria no mercado interno (como a nota fiscal); à venda para o exterior (como o registro de exportação e a fatura comercial); ao despacho aduaneiro (como a declaração de exportação); ao transporte internacional (como o conhecimento de embarque); à operação cambial (como o contrato de câmbio) e, ainda, a outros eventualmente exigíveis (como o certificado de origem);
b) operacional, aspecto que requer sólidos e múltiplos conhecimentos, como os relacionados: às normas brasileiras de exportação; à existência de incentivos (como o drawback); ao produto a ser exportado (classificação tarifária, por exemplo); ao contrato comercial, especificamente no que se refere às condições de entrega do produto; ao mercado (como tarifas preferenciais previstas em acordos); à distribuição no país de destino (como o modo de transporte mais conveniente);
c) aduaneira e tributária, inclusive pelo grande impacto no preço final, é de fundamental importância conhecer, minimamente, as funções da autoridade aduaneira, as atividades do despachante e o tratamento fiscal e tributário incidente sobre o(s) produto(s) ou a própria operação que se pretende realizar;
d) financeira e cambial, fases que envolvem a negociação junto a um banco. Dentre outras, são necessárias informações sobre o sistema cambial brasileiro, as linhas de financiamento às exportações e as formas de pagamento utilizadas no comércio internacional.
Mencione-se, ainda, ser comum as empresas menores operarem sob considerável limitação financeira e maiores riscos de não recebimento dos valores pertinentes às suas vendas externas, razão pela qual a oferta de linhas de crédito e de garantias encontram-se dentre as principais medidas governamentais de incentivo à exportação.
Como forma de contornar o problema, algumas empresas recorrem à participação em formatações associativas, como consórcios de exportação. Ainda que este modelo de associativismo, no Brasil, não possa responder diretamente pelas vendas dos produtos (a operação é feita, normalmente, por intermédio de tradings companies ou por uma das empresas participantes), é inegável que muito auxilia as exportações, oferecendo, dentre seus benefícios, além da redução dos custos (principalmente devido à economia de escala) e do cumprimento da comercialização internacional (que engloba diversos passos de caráter naturalmente avesso a uma MPME, de forma isolada), maior facilidade na obtenção de financiamentos e redução substancial do tão temido calote.
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sexta-feira, 22 de agosto de 2014
COMO SUPERAR ALGUMAS DIFICULDADES QUE AFETAM A INTERNACIONALIZAÇÃO DAS MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS (MPMES)
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