A greve dos fiscais
federais agropecuários, que começou na última segunda-feira, vem causando
atrasos e custos extras aos usuários do Porto de Santos. Pelo menos dois navios
ficaram quase 24 horas sem operar, à espera de vistorias e coletas. Desde esta
terça-feira, esses procedimentos acontecem apenas em horário comercial.
Reivindicações
salariais e a reposição de vagas através de concurso público são o objetivo da
paralisação dos servidores do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional
(Vigiagro), que é vinculado à Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA). A greve
não tem data para acabar. Em Santos, apenas 21 engenheiros agrônomos, 12
veterinários e seis agentes são responsáveis por toda a demanda do Porto.
De acordo com o
diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de
São Paulo (Sindamar), José Roque, embarcações que chegam ao complexo após as 18
horas são obrigadas a esperar até as 8 horas do dia seguinte para que os
procedimentos sejam efetuados.
O navio Vitaglory,
que chegou ao Terminal de Granéis do Guarujá (TGG) às 17h25 de segunda-feira, só
foi liberado para operar às 9 horas de ontem, após a inspeção dos fiscais
federais, que seguem em uma espécie de operação padrão, em horário comercial.
Foram mais de 15 horas sem a operação de embarque de 63 toneladas de
fertilizantes.
O navio Maritec
chegou ao complexo às 12h30 de segunda-feira. E precisou esperar até as 10h15 de
ontem para iniciar o desembarque de 26 toneladas de trigo, no T-Grão. Durante as
22 horas em que esteve sem operar, o cargueiro foi obrigado a pagar o dobro das
tarifas de cais ocupado para a Codesp. Esta é uma regra utilizada para evitar
que navios fiquem longos períodos sem operar no complexo.
Segundo Roque, no
caso das importações, o Vigiagro tem de coletar mostras do produto que está
chegando ao País. Já nas exportações, as condições sanitárias dos porões das
embarcações são verificadas antes das operações. Tudo para evitar
contaminações.
"A demora também
vai afetar as inspeções físicas para deferimento de licenças de importação em
terminais e as expedições de atestados fitossanitários para exportações. Haverá
prejuízos," disse o representante dos agentes marítimos.
Garantia
O transporte de
animais vivos, produtos in natura, carne resfriada, medicamentos para a
saúde humana e agropecuários não será prejudicado pela greve dos fiscais
federais agropecuários. É o que garante o delegado do Sindicato Nacional dos
Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Ullysses Thuller.
O sindicalista
esteve ontem em A Tribuna, acompanhado de outros fiscais da Capital.
Depois de Santos, eles seguiriam para o aeroporto de Viracopos, em Campinas,
para informar que os procedimentos básicos serão mantidos, mesmo durante a
greve. A paralisação começou na última segunda-feira, em todo o País.
Para os produtos
considerados de primeira necessidade, não haverá retenção. Basta que seja feito
o procedimento normal de importação, com o preenchimento do formulário com
prioridade. Haverá então uma análise do comando local para verificar se
realmente a mercadoria merece a agilidade na liberação.
No caso das carnes,
apenas não será emitido o certificado de exportação. As operações com as
importações ocorrerão normalmente, a fim de garantir o produto para o consumo
brasileiro.
Com a ausência do
certificado de exportação das carnes, o navio acaba retido no porto, já que não
conseguirá entrar em outro país sem esse documento.
Fonte: A Tribuna
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