
A taxa média anual
de crescimento do investimento brasileiro é um dos maiores do mundo e alcançou
8,66% entre 2004 e 2011. Apenas de janeiro a julho de 2012, os investimentos do
governo federal estão 30,7% acima do mesmo período do ano passado.
Nos últimos anos,
os esforços do governo são para consolidar o investimento, aumentando a
participação dele no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Dessa forma, de 2003
a 2011, a participação dos investimentos no PIB cresceu 4 pontos percentuais,
saindo de 15,3% para 19,3%.
Enquanto isso, no
mesmo período, a participação do consumo das famílias brasileiras recuou 1,6
p.p, indo de 61,9% para 60,7%. Isso mostra que a economia brasileira está menos
dependente do consumo interno e mais predisposta a reagir aos estímulos ao
investimento.
Esses dados estão
presentes na 16ª edição do Relatório "Economia Brasileira em Perspectiva", do
Ministério da Fazenda. A publicação traz as principais variáveis econômicas do
Brasil, com informações atualizadas até 17 de agosto de 2012.
Retomada do
crescimento
De acordo com a
publicação do Ministério, as medidas anticíclicas em curso e a ênfase maior no
investimento já começaram a surtir efeito. Desta forma, ao final do ano, a
economia deverá estar crescendo a um ritmo anualizado em torno de 4%. Essa
perspectiva vem sendo reforçada pelo ministro Guido Mantega em suas
manifestações públicas.
Em evento na noite
de quinta-feira (23/11), em São Paulo, Mantega disse a empresários que, com os
dados do varejo e da criação de emprego, a economia brasileira emite sinais
claros de aquecimento e a indústria passa por um momento de virada.
Em julho, as vendas
no varejo cresceram 6,1%, em relação a maio, a maior alta desde setembro de 2009
e reflexo da redução do IPI para automóveis e eletrodomésticos; o Índice de
Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central, teve alta de 0,75%;
e a produção industrial cresceu 0,2%, interrompendo uma série de três meses
consecutivos de contração.
No mesmo período, o
saldo entre contratados e demitidos com carteira assinada ficou 1,4% acima, ante
maio de 2011.
Para o governo, o
desempenho econômico no primeiro semestre foi influenciado pelo agravamento da
crise internacional, que abateu o ânimo dos investidores e tornou os
consumidores mais cautelosos. Já para o segundo semestre, a expectativa é de que
haja aceleração na produção da industrial, apoiada pelas medidas de estímulos à
demanda doméstica; a taxa de câmbio mais competitiva; e a queda na taxa de
juros.
Inflação
O Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulado em 12 meses, registrou 5,20% em
julho de 2012. A expectativa do Ministério da Fazenda é de que as pressões
pontuais em alimentos tendem a recuar nos próximos meses, fazendo com que a
inflação alcance 4,7% ao final de 2012, em torno do centro da meta estabelecida
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%.
Juros e
crédito
O Banco Central do
Brasil vem reduzindo a taxa básica de juros (Selic) desde agosto de 2011. Em
julho, a taxa Selic atingiu seu menor valor histórico, de 8,0%. Já a taxa real
de juros entrou em declínio nos últimos dez anos, saindo de 14%, em dezembro de
2002, para 1,7%, em agosto de 2012.
Com a queda dos
juros, o crédito ficou mais barato e mais fácil de ser adquirido. A taxa de
juros média de empréstimos para indivíduos caiu 8,6 p.p. (de 45,1% para 36,5%),
entre janeiro e junho de 2012. Para empresas, a queda no período foi de 4,9 p.p.
(de 28,7% para 23,8%).
Em junho de 2012, o
volume total de crédito no país alcançou montante superior a R$ 2,2 trilhões,
atingindo 50,6% do PIB.
Política
Fiscal
Em 2012, o governo
tem buscado combinar um nível de consolidação fiscal similar ao registrado em
2011. Para isso, tem buscado melhorar o perfil do endividamento público, visando
mitigar os efeitos da volatilidade.
A expectativa é que
seja cumprida a meta de R$ 139,8 bilhões do superávit de 2012. Apenas no
primeiro semestre, o Governo Central alcançou 105% da meta prevista para os
primeiros oito meses do ano.
Os superávits
primários consistentes têm contribuído para a redução da da Dívida Líquida do
Setor Público, a qual já caiu 25,3 p.p. do PIB nos últimos dez anos. Em junho
deste ano, a dívida liquida atingiu 35,1% do PIB
Fonte: Ministério da Fazenda
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