
"É preciso preparar
melhor os modelos de negócios da economia criativa para aumentar o acesso ao
mercado internacional. É uma oportunidade para o Sebrae trabalhar junto a essas
empresas e prepará-las para o mercado exterior", sugeriu Christiano Braga, que
ministrou palestra no seminário sobre a Internacionalização de Produtos da
Economia Criativa.
O papel da agência
é, juntamente com a iniciativa privada, realizar uma abordagem setorial para
internacionalizar empresas brasileiras, através da promoção comercial de um
determinado setor, criando condições para que as companhias vendam seus produtos
e serviços no exterior. São 80 segmentos trabalhados, sendo nove deles da
economia criativa. Na avaliação do consultor, se o setor não estiver minimamente
organizado e preparado para o cenário internacional, dificilmente terá
sucesso.
Para o gestor, se
já é complicado inserir um produto nacionalmente, posicioná-lo mundialmente é
pelo menos três vezes mais desafiador. "Mesmo que estejamos engatinhando em
comparação a outros países, é muito importante que essa agenda da economia
criativa tenha entrado na pauta de discussões. É fundamental que o estado crie
condições para que essas empresas cresçam e se desenvolvam".
Entre os projetos
da Apex ligados ao segmento da economia criativa, o de cinema é um dos mais
consolidados e agrega 150 empresas produtoras. O trabalho consiste em ações para
que esses empreendimentos realizem co-produções internacionais, participem dos
principais festivais de cinema do mundo e aproximem os filmes dos agentes de
vendas internacionais.
Já o setor da
música é um dos mais desafiadores em termos de vendas, devido às transformações
tecnológicas. Atualmente, 60% do que é consumido mundialmente é baixado pela
internet, o que dificulta a comercialização entre os players da indústria
internacional. Uma das alternativas tem sido fazer com que esses agentes
conheçam in loco produtoras locais e a música nacional.
Mercado
digital
O mundo virtual
também influencia o setor editorial. "O mercado digital é tendência, mas,
infelizmente, há uma resistência enorme por parte das editoras brasileiras, que
ainda têm uma mentalidade de 50 anos atrás", critica Christiano Braga. Arte
contemporânea, design, novas mídias e artesanato são outros setores criativos
contemplados com projetos na agência.
Segundo o gestor,
os países que mais consomem bens da economia criativa brasileira a partir de
projetos da Apex Brasil são Alemanha, Argentina, Argélia, Canadá, Chile,
Colômbia, Estados Unidos, Espanha, França, Inglaterra, Japão e México. O mercado
da economia criativa global cresce cerca de 9% ao ano e é liderado pelos Estados
Unidos e Alemanha. "Apesar da crise, a Europa continua sendo um grande mercado
para esses segmentos".
O Seminário de
Economia Criativa foi promovido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte como parte
integrante do programa oficial do Agosto da Alegria, uma iniciativa do governo
do estado que visa a proporcionar 30 dias de celebração da cultura popular, com
shows musicais, teatro, danças folclóricas, mostra audiovisuais e de
fotografias, debates e capacitações para agentes da economia criativa
potiguar.
Fonte: Agência Sebrae
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