segunda-feira, 15 de abril de 2019

A INTERNACIONALIZAÇÃO É CHEIA DE MITOS, PENA QUE SEMPRE MITOS NEGATIVOS... AS MULHERES SAEM NA FRENTE, CORAGEM DE DESMITIFICAR O COMÉRCIO EXTERIOR

QUAL É O CAMINHO PARA A EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS?
Parece difícil. Provavelmente só é possível com grandes volumes. A burocracia deve ser demorada e complicada. Sai caro.
Esses são alguns dos mitos fáceis de acreditar quando se pensa em exportação e expansão dos negócios para o mercado externo. “Nada disso é verdade. Se há o desejo de exportar produtos, o mais importante é se organizar e seguir o planejamento à risca”, diz Marcos Stahl, consultor do Sebrae-SP. “Pode dar um pouco mais de trabalho no início, mas tudo isso faz parte da preparação para evitar dores de cabeça no futuro”.
Segundo Stahl, o primeiro passo, antes mesmo de cadastrar o CNPJ no Exporta Fácil, site dos Correios, é se informar: fazer pesquisas, buscar cursos simples de capacitação ou agendar uma consultoria no próprio Sebrae. O serviço é gratuito e para agenda-lo, basta ligar para: 0800 570 0800. “Na maioria das vezes, uma hora de conversa com um consultor é suficiente”, afirma o consultor. É nessa ocasião que todas as perguntas devem ser feitas: quais são os meios legais de exportação? Quais são as exigências dos países importadores? Quais são as formas seguras de pagamento? Existem órgãos anuentes nos países de destino da mercadoria? O que eles exigem para que o produto possa ser recebido legalmente?
Foram dúvidas como essas que Raquel da Cruz, 49 anos, levou para o Sebrae quando fez sua primeira consultoria ao abrir a Feitiços Aromáticos, uma pequena fábrica de cosméticos, com capital inicial de R$ 20 mil. As exportações começaram em 2004, dois anos depois da abertura do negócio. “Senti um grande medo, porque sempre achei que empresas pequenas não poderiam exportar. Foi quando decidi me informar. Saber o que fazer não só empodera como encoraja para seguir em frente”.
Além de falar com consultores, a empresária passou a ir em feiras de produtos para fazer networking e ganhar clientes. Foi assim que encontrou o primeiro caminho para exportar, de forma indireta: um comprador levou parte de seus produtos para Portugal. “Notei que ainda havia um mercado grande a conquistar, e decidi estudá-lo para achar maneiras de expandir meu trabalho para fora do Brasil”. A primeira descoberta foi a necessidade do Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros, o RADAR. O documento é obrigatório para empresas que querem realizar atividades de importação e exportação. Raquel, que é ex-secretária, usou seu ímpeto organizador adquirido antes de se tornar empreendedora para colocar a documentação em ordem desde o início. “Lembro-me que até o nome do documento me intimidou. Por outro lado, serviu de motivação para manter todos os papéis da empresa organizados”.
Além das consultorias no Sebrae em cada novo passo, ela também procurou sua associação de classe, a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), para saber mais sobre órgãos anuentes no exterior, precificação, valores de investimento e análise de potenciais clientes. À medida que novas pendências e questões apareciam, a empreendedora as resolvia, uma a uma, sem pressa ou acúmulo de tarefas. Aos poucos, descobriu dados como sua capacidade produtiva caso desejasse expandi-la ainda mais; criou uma tabela de precificação em dólar e acrescentou apresentações em inglês e espanhol no site da empresa. “Eu sempre me perguntava se seria capaz de me sentar em uma mesa de negociação com alguém de outro país, ou se teria as respostas para as perguntas que essa pessoa irá me fazer”. O resultado do trabalho de Raquel foi um crescimento orgânico: hoje, a Feitiços Aromáticos exporta para Portugal, Espanha, Finlândia, Chile, Colômbia, Peru e Angola e fatura R$ 3 milhões por ano.

Preparação é chave
Ao exportar serviços e bens intangíveis, sua prioridade deve ser o planejamento de quesitos como mercado-alvo, precificação e documentações. É possível se informar melhor sobre como proceder consultando o Guia Básico para a Exportação de Serviços da Secretaria de Comércio e Serviços do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e aqui, no site do Itaú Mulher Empreendedora.
Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), empreendedores devem ter, antes de tudo, prudência. Exportar não pode ser, por exemplo, um projeto baseado exclusivamente na queda da demanda interna ou da taxa de câmbio. Entre os benefícios de um trabalho de exportação feito com atenção e cuidado, a associação aponta a elevação do nível técnico da empresa, o aumento do valor da marca por conta da presença internacional, a proximidade com consumidores finais e a aquisição de novos conhecimentos e expertises de mercado. Para dar visibilidade à sua empresa ou marca, a associação também disponibiliza um calendário de feiras e eventos, a fim de possibilitar networking com possíveis compradores de produtos ou serviços.
Para todos os cenários, vale o conselho de Raquel após o sucesso da Feitiços Aromáticos: a principal ferramenta para crescer e expandir negócios para o mercado externo é ser a primeira pessoa a acreditar na própria ideia. “O mais importante é não ter vergonha de fazer perguntas e não pular etapas. Não é questão de sorte. É confiança, disciplina e trabalho”.

Você já exporta seus produtos? Conte pra gente aqui nos comentários como foi este processo! E se você imagina que exportação não é estratégia para as pequenas empresas, confira o case da Acana Bebidas, e veja que com organização, estudo de mercado e bom planejamento, é possível, sim, conquistar o mercado!

https://imulherempreendedora.com.br/posts/gestao/qual-e-o-caminho-para-exportar-produtos

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